Vou contar-lhes uma história da Carochinha: "Era uma vez... Uma garota que tinha apenas 15 anos quando aprendeu a voar. Antes possuía somente um par de asas inocentes, imáculas, que tentavam levantar vôo, mas não possuiam resistência suficiente, não sabiam como ordenar as passadas das asas e atravessar o vento. Atingiu a mocidade, aprendeu a usar seu par alado. Porém, em um dos seus primeiros vôos, esbarrou em um outro anjo, misterioso, inseguro, inconstante, que quebrou uma parte de sua asa esquerda e levou consigo. A vida daquela anja recém quebrada nunca foi a mesma, ela se tornara incrédula na magia da realidade. Ela desaprendeu a voar, a amar e a acreditar que podia ser diferente. O ladrão nunca devolvera sua asa. Ele nem se importa. Ela nunca voltará a voar como tal fazia. Decidiu, então, escrever!"

sábado, 24 de setembro de 2011

As dores de um amor


Ceifara era uma cidadezinha do interior de São Paulo, pequena e movimentada onde os carros vagavam apressados pelas ruas estreitas. Havia um cinema, uma pizzaria, um shopping e uma pracinha onde se concentrava toda população que procurava alguma diversão. E em uma tarde de outono, enquanto as folhas caíam e eram levadas pelo vento até o rio que se localizava próximo dali, Ingrid, em uma tentativa de espairecer os pensamentos, sentou-se em um dos bancos.
Todos que passavam por perto, estranhavam seu comportamento. Ela fitava o nada, tinha o rosto livre de qualquer expressão e não fazia sequer um movimento, tinha apenas um livro sobre seu colo que não recebera sequer um olhar de sua suposta leitora.
Após algum tempo, ela sente uma mão sobre seu ombro e treme ao perceber que alguém estava pôndo-se ao seu lado. O momento chegara, ela tinha que terminar aquele romance. Cairo era lindo e tinha os olhos azuis, traços leves e corpo rústico. Ele era o sonho de qualquer garota, assim como era o sonho de Ingrid.
Fazia alguns dias que ela estava sumida e ele não conseguia encontrá-la de nenhuma forma. E então, após um beijo apaixonado, uma lágrima escorre no rosto da bela jovem e sua expressão muda. Ele pergunta:
-Amor, o que está acontecendo?
-Eu não te amo mais, temos que terminar.
-Por que isso agora?
Aumentando o tom de voz, ela responde:
-Já disse que não te amo, na verdade, nunca te amei e eu não suporto mais você!
Enquanto os olhos de Cairo umidecia-se, em um ato bruto, Ingrid afasta-se dele e atravessa as ruas correndo rumo a sua casa, onde se tranca no quarto.
Seus pais já sabiam o motivo de tanto desespero da filha, pois eles eram a causa da separação, já que não aceitavam de nenhuma forma que a "princesinha" deles namorasse com um rapaz de condição financeira baixa.
Ela chorava com a cabeça ao travesseiro, tentando sufocar aquela dor que sentia. Ingrid amava Cairo com todas as forças que seu coração tinha para bater, da mesma forma como ele a amava.
O celular não parava de tocar, ela queria poder ouvir a voz de seu amado mais uma vez, pelo menos a ultima vez. Mas, o medo de contar a verdade era muito maior e ela tinha a convicção que só de ouvir sua voz, mudaria de ideia. Seus pensamentos não conseguiam encaixar-se, ela mal conseguia pensar em outra coisa senão nele. Deixou o celular tocando pelo resto do dia, até a madrugada.
Passaram-se uma semana e Ingrid não saía do quarto. Sua família começava a se preocupar, tentavam fazê-la abrir a porta e comer algo, mas ela nunca atendia. A dor que ela estava sentindo era inexplicável, como nunca sentira antes. Talvez não pelo fato de não ter seu amor junto dela, mas de como tudo aconteceu: quem era para apoiá-la e querer sua felicidade, foi quem estragou tudo!
No domingo, seria a comemoração de um ano de namoro e ao raiar esse dia, Ingrid estava sentada no chão do banheiro, com uma tesoura na mão e os olhos vagos, sem brilho nem cor. Ficara ali durante horas, até se decidir a acabar com todo sofrimento: o seu, o de Cairo e de sua família. E, enquato batiam na porta para dar-lhe seu café da manhã, ela corta seu pulso. Aquela dor era menor do que a que ela sentia anteriormente. Sua visão escurecia, sua audição ia ficando fraca e o corpo cada vez mais bambo, foi quando ela ouviu de longe a voz mais doce:
-Ingrid, abre a porta, sou eu. Por favor, precisamos conversar. Eu te amo! Faz dias que eu venho aqui e seus pais nunca me deixam entrar, mas hoje faz um ano que decidimos ficar juntos pra sempre, viver todos os nossos sonhos e eles começaram a ficar preocupados contigo. Por favor, abre a porta, amor!
Era tarde demais, todas as forças de Ingrid havia se esgotado, não suportou mais viver nesse mundo e ela havia partido, eternamente dessa vez. Cairo achou estranho demais aquele silêncio e decidiu arrombar a porta, quando entrou no quarto e não encontrou-a na cama, olhou para o outro cômodo e lá estava ela, belíssima, pálida, bocas vermelhas e em seus olhos, uma vaga expressão de felicidade. Sim, ela estava feliz por saber que o amor de sua vida lutou por ela e, em seu ultimo minuto de vida, juntou suas forças e escreveu de batom ao seu lado: "Eu estarei para sempre com você, amor"!

Texto da redação feita em sala *-* (/tá, eu nem lembro qual era o tema :S

3 comentários:

W.willian.S disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
W.willian.S disse...

Faz-me lembra de Romeu e Julieta *_* tão triste rsrsr...

Fernanda Daher disse...

Aham, muito trágico *-*